Tarja Preta
Sala Fernanda MontenegroO TEXTO
A peça retrata com humor e sensibilidade uma mulher que, diariamente, precisa de uma injeção química no sangue, em forma de comprimidos, para que consiga viver. De certa forma, a personagem se orgulha do vício, mergulhando destemidamente em sua onda química e inventando uma espécie de paraíso artificial, no qual estabelece uma conversa incessante com seu próprio cérebro. Contudo, a tranquilidade não reina neste paraíso e seu cérebro a censura constantemente, reclamando dos efeitos letárgicos a que é submetido.
Além dos remédios tarja preta, sem os quais não consegue viver, ela também abusa de álcool e drogas, prejudicando de forma drástica o funcionamento do seu cérebro. A cada problema ou sofrimento da sua dona, em especial os surtos depressivos e brigas com o ex, é ele quem mais sofre com a morte de milhões de neurônios.
O ESPETÁCULO
Ivan e Letícia já fizeram mais de dez espetáculos juntos, em uma parceria que vem se mostrando extremamente frutífera. O estabelecimento de um canal comunicativo aberto e intenso com o espectador é uma prerrogativa em todos os seus trabalhos. Em “Tarja Preta”, a dupla pretende trabalhar novamente neste sentido, humanizando a história dessa mulher que encontra nos remédios a solução para os seus problemas, mas, com o tempo, acaba sofrendo novas complicações.
“Os comprimidos são uma medida paliativa, mas dão forças para ela acordar a cada dia, buscando uma disposição renovada para enfrentar o que a espera. Podemos dizer que se trata de uma rotina idêntica ou no mínimo semelhante a que todos nós vivemos. E se pudermos encarar esse dia a dia com humor, tanto melhor,” explica o diretor Ivan Sugahara.
De um modo leve, divertido e delicado, o espetáculo aborda um tema extremamente atual e complexo: as implicações e funções dos remédios tarja preta. Sua protagonista é ansiosa, transgressiva, deliciosamente louca e profundamente humana. Perturbada, inquieta, dependente assumida de comprimidos “pesados” para acordar, dormir, ou qualquer variação possível do viver dentro do espaço de um dia ou de uma noite.
“É uma mulher que tem tudo para fazer o público rir, se identificar e se comover,” afirma a atriz Letícia Isnard.
Texto: Adriana Falcão
Elenco: Letícia Isnard e Érico Brás
Direção e Adaptação: Ivan Sugahara
Assistência de Direção: Lisa E. Fávero
Figurino: Bruno Perlatto
Iluminação: Tomás Ribas
Trilha Sonora: Ivan Sugahara
Direção de Movimento: Paula Maracajá
Programação Visual: Bruno Graell
Fotografia: Dalton Valério
Assessoria de Imprensa: Flávia Tenório
Direção de Produção: Giba Ka
Produção Executiva: Letícia Napole
Assistente de Produção: Flávia Milioni e Jenny Mezencio
Coordenação de Produção: Beto Bk
Realização: Giba Ka, Ivan Sugahara e Letícia Isnard
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